Os médicos amputam suas pernas, mãos e seu nariz. Quando lhe explicam o motivo, ela fica possessa de raiva.

14 Agosto, 2017

Leonor Harris era uma professora de artes em uma escola de Puerto Williams, uma cidade localizada no extremo sul do Chile. Sua vida parecia normal, até que, um dia, ela começou se sentir muito mal. Ela vomitou durante toda a noite, tinha frio e muito cansaço, o que fez com que tivessem que transportá-la de avião para uma cidade um pouco maior no dia seguinte. Mas quando chegou lá, o seu corpo caiu em uma letargia profunda, um coma do qual ela só despertaria três meses depois.

Durante esses meses, os médicos bateram cabeça pensando no que poderia estar afetando Leonor. No início, eles pensaram que se tratava de meningite, mas em um dos exames eles perceberam que faltava um importante órgão no corpo da paciente: o baço. Agora, tudo estava claro!

Leonor estava sendo afetada por uma bactéria comum que todos nós temos, chamada pneumococo. O problema é que o baço cumpre uma função muito importante no sistema imunológico e, sem ele, a bactéria foi capaz de atacar gravemente o corpo, tanto que suas extremidades começaram a necrosar.

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O corpo de Leonor estava apodrecendo e ela não despertava do coma. Por isso, os médicos tiveram que tomar uma decisão radical para salvá-la: amputar os dedos, as pernas e o nariz.

Então, Leonor despertou. Ela estava viva, mas se sentia diferente. “Eu suspeitava que tinha sido amputada, pois senti. Mas não sabia das pernas, não imaginava, não sentia nada. E só me dei conta quando um médico passou para me examinar de manhã e tirou as cobertas para ver como estavam as cicatrizes das amputações. Aí me dei conta de que não tinha pernas. E isso foi o mais impactante de tudo”, relata Leonor tragicamente.

Com esse terrível choque, Leonor teve que começar a se acostumar com seu novo corpo. Mas não sem antes esclarecer algo: por que não tinha baço? Investigando, ela descobriu que ele tinha sido extraído anos atrás, quando a operaram de um tumor benigno no pâncreas – porém, nunca lhe disseram!

Atualmente, Leonor está tratando de se adaptar a suas deficiências. Mas não é fácil: já não pode trabalhar como professor, mas fabrica alguns brinquedos e artesanatos para vender online. Há coisas que não se pode fazer sem ajuda de próteses, como caminhar ou usar tesouras. É por isso que estão demandando que o hospital que retirou seu baço sem avisar ajude com os gastos. Além disso, ela está arrecadando dinheiro em uma página de GoFundMe.

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No entanto, Leonor quer voltar a trabalhar de professora. Apesar do que ela vivenciou e de ter perdido tantas coisas, ela é otimista. Ela vai animada para a fisioterapia e está disposta a lutar para seguir em frente. “Quando se vive essas coisas e sobrevive é porque há algo mais para se fazer aqui. Eu creio que estou descobrindo aos poucos tudo o que devo fazer ou por que sobrevivi, na verdade”, diz a chilena.

Com essa atitude, temos certeza de que ela alcançará todos seus objetivos! Às vezes, a vida nos põe à prova, mas depende de nós não afundar na tristeza e levantar a cabeça apesar das dificuldades. Leonor é mais um exemplo de força incrível.

Você pode saber mais sobre a dura história de Leonor Harris na reportagem abaixo (em espanhol):