Legisladora alemã propõe subsidiar visitas a prostitutas para deficientes e idosos

10 Março, 2017

A deputada alemã Elisabeth Scharfenberg sugeriu que as pessoas incapazes de se satisfazerem sexualmente deveriam poder declarar o pagamento dos serviços de uma prostituta como uma despesa médica.

Embora a maioria dos políticos de maior hierarquia da Alemanha se tenham concentrado na luta contra as “notícias falsas”, algumas outras figuras notáveis na política alemã propuseram uma expansão sem precedentes do seu programa de bem-estar para deficientes e idosos. Elisabeth Scharfenberg, deputada alemã e porta-voz da política de idade e cuidados do Partido Verde Alemão, disse ao jornal alemão Welt am Sonntag que os governos locais deviam pagar o custo das “profissionais do sexo” contratadas por aqueles que aparentemente são incapazes de se satisfazerem sexualmente.

Num artigo publicado no domingo passado, Scharfenberg disse que o “financiamento para a assistência sexual é concebível para mim.” Embora a proposta de Scharfenberg possa parecer impressionante para alguns, ela também denotou que tal sistema já está em operação na Dinamarca e na Holanda, onde os “assistentes sexuais” certificados pelo estado “Prestam os seus serviços a pessoas com deficiência que não podem pagar o preço normal da contratação de “profissionais do sexo”. Além disso, a prostituição é legal na Alemanha existindo bordéis de fácil acesso por todo o país. Nos últimos anos, um número significativo de prostitutas alemãs ofereceram “assistência sexual” àqueles que sofrem de graves problemas de saúde ou deficiências físicas, bem como aos idosos que vivem em lares com serviços de randing de “toque afetuoso” para relações sexuais. Embora tal assistência exista atualmente na Alemanha, não há atualmente nenhum quadro legal para reivindicar tais despesas como despesas médicas.

No entanto, e sem grande surpresa, a proposta foi considerada ridícula. Karl Lauterbach, legislador alemão dos social-democratas, disse ao Bild que “não precisamos de prostituição remunerada em lares para idosos e certamente não sob receita médica”. A Fundação Alemã de Proteção ao Paciente também expressou dúvidas sobre a proposta, argumentando que as pessoas que têm de lutar para satisfazer as suas necessidades básicas diárias, como higiene e alimentação, têm outras preocupações. O professor Wilhelm Frieling-Sonnenberg, especialista em pesquisa de assistência médica, disse à Deutsche Welle que a proposta era “desdenhosa para a dignidade humana” e uma maneira de acalmar pacientes problemáticos.

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No entanto, algumas organizações de defesa apoiaram pelo menos parte da proposta de Scharfenberg. Um porta-voz da MyHandicap International, uma instituição de caridade com sede na Alemanha, disse ao The Independent que tais serviços nem sequer deviam ser chamados de prostituição, uma vez que a sexualidade é uma “necessidade humana básica” e deve ser financiada pelo Estado e fornecida aos deficientes. Matthias Vernaldi, um defensor das pessoas com deficiência, também promoveu o direito das pessoas com deficiência a empregar trabalhadores do sexo se essa fosse a única maneira de experimentar a sexualidade. No entanto, Vernaldi advertiu contra o uso do Estado para financiar tais atividades: “Sexo de bem-estar social iria reforçar a percepção pública de pessoas com deficiência como sendo um tipo de criaturas imperfeitas.” Outro político alemão, o Presidente de Tübingen, Boris Palmer, comentou:” Porque é que estas aventuras surgem sempre nos anos eleitorais? “